Marketplaces – o futuro das telecomunicações

A saúde da indústria de telecomunicações é vital para o crescimento global, inovação e prosperidade. A maioria das indústrias, se não todas, usam e transmitem dados, voz, vídeo e mensagens todos os dias por conta de suas operações. Para isso, os provedores de serviços de comunicação (CSPs) têm a tarefa de fornecer soluções seguras, confiáveis e rápidas.

À medida que os setores crescem, a demanda por soluções também aumenta. Assim, o setor de telecomunicações encontra-se em constante evolução para responder à demanda de soluções cada mais avançadas. No entanto, junto com o aumento da demanda, também vêm os desafios. As operadoras estão sob imensa pressão devido ao aumento da concorrência e dos custos operacionais.

Há uma grande necessidade de inovar e obter agilidade operacional para atender às expectativas dos clientes. Isso ficou mais acentuado após a pandemia do COVID-19, pois as organizações estão cada vez mais confiando e apostando em modelos de negócios digitais.

O 5G oferece uma esperança para os CSPs e as projeções indicam que a tecnologia permitirá uma produção econômica global de US$ 13,2 trilhões até 2035. No entanto, a capacidade de gerar valor é o que mais beneficiará as operadoras. Até 2025, espera-se que o Everything as a Service (XaaS) cresça e atinja um valor de US$ 400 bilhões, muitos dos quais irão para operadoras de serviços de redes.

Antes de aproveitar as oportunidades, as empresas de telecomunicações precisam adotar uma abordagem mais colaborativa e redesenhar seus modelos operacionais. Isso significa evoluir de produtos tradicionais e sistemas legados para aqueles que oferecem suporte e entrega de recursos como serviço. Nesse processo de transformação, a mudança para um modelo operacional baseado em software é crucial.

A importância da abordagem de software

À medida que as tecnologias digitais evoluem, também evoluem as demandas dos clientes. Como resultado, o setor de telecomunicações se transformou nos últimos anos. Embora o 5G venha para agregar valor em muitos setores, as operadoras não têm garantia de participação. Nativos digitais como Google, Facebook, Alibaba, Tencent e Amazon apresentam o maior desafio. Isso porque eles já adotaram a moderna engenharia de software em seus modelos e continuam a melhorar suas tecnologias.

O papel que as operadoras de telecomunicações desempenharam para facilitar o crescimento dos modelos de negócios e serviços digitais é inquestionável. No entanto, apesar de desempenharem um papel de destaque, ainda não se beneficiaram desse crescimento. Um relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Accenture fornece uma imagem clara. Entre 2010 e 2018, a proporção dos lucros da indústria das operadoras caiu de 58% para 45%.

Devido a resposta lenta às mudanças nas condições do mercado, espera-se que essa tendência continue nos próximos anos. Considerando que os custos operacionais também estão aumentando, uma participação nos lucros cada vez menor e concorrência crescente só aumentarão a pressão. É por isso que as operadoras devem fazer a transição para arquiteturas modulares, baseadas em software.

Novos requisitos para os CSPs

Oferecer maior valor aos clientes sempre tem um alto custo, pois é necessário investir em infraestrutura. Embora esses movimentos beneficiem muito os consumidores, as operadoras não desfrutam de ganhos proporcionais. Por exemplo, os consumidores se beneficiaram das velocidades de dados mais rápidas, melhor cobertura e menor latência. Isso também aconteceu com o surgimento do mercado de serviços em nuvem e que os provedores conseguiram apenas lucros comerciais marginais.

Comparado ao 4G, o 5G oferece maior potencial, mas riscos semelhantes. A falha em se ajustar de forma antecipada, fará com que as operadoras percam. Alguns dos novos fluxos de receita incluem cidades inteligentes, saúde, manufatura e automotivo. Para atender às necessidades desses setores, as operadoras precisarão operar, entregar, diversificar e aprimorar seus serviços em muitas vezes.

Conseguir isso requer grandes mudanças em infraestrutura e repensar as opções por completo. Os sistemas legados OSS/BSS foram projetados para funcionar em uma escala definida e para um conjunto de produtos específico. Eles terão que ser substituídos por Arquitetura Digital Aberta, compatível a multiplataforma, sem restrições de dimensionamento e com integração/implantação contínua (CI/CD).

O mercados de software

A um custo aproximado de US$ 1 bilhão, de acordo com o TM Forum, o processo de seleção e aquisição de software no setor de telecomunicações é caro. No entanto, isso mudará à medida que a Arquitetura Digital Aberta (ODA) tornar as coisas mais fácil para os CSPs descobrir, adquirir e implementar softwares, microsserviços e Open-APIs. Ao facilitar a transformação digital, esses mercados permitirão que os provedores testem novos elementos de software para desenvolver soluções que lhes atendam. Também será mais fácil e rápido integrar parceiros e suas ofertas. Como resultado, haverá menos barreiras à entrada e o ecossistema incentivará a inovação e o desenvolvimento de soluções de software.

À medida que os mercados se tornam mais integrados, eles se tornam mais populares, transformando a forma como os CSPs e seus parceiros vendem seus produtos (B2B). Os provedores que desejam oferecer recursos como serviços, terão uma boa plataforma para atingir seu mercado. Eles também podem expandir seu alcance para milhões de usuários corporativos (B2C), disponibilizando recursos de software baseados em nuvem para outros.

O mercado de software permitirá que os provedores dominem novos mercados, com a agilidade, velocidade e capacidade de inovação, podendo corresponder às expectativas dos B2C e B2B. Eles também eliminam a necessidade de investir muito durante os estágios iniciais do ciclo de vida de um produto.

Em resumo, o objetivo do mercado de software para os CSPs inclui:

  • Acelerar a transformação de TI e negócios dos CSPs;
  • Reduzir o risco e o custo da transição para a arquitetura aberta;
  • Apoiar a conformidade com os padrões ODA e Open API;
  • Fornecer plataforma para produtos e servicos, reduzindo seus custos.

É necessário que novas plataformas e serviços se integrem a OSS, BSS e infraestrutura de rede existentes sem personalização em nível de código para que os mercados de software sejam bem-sucedidos.

Como o mercado de software podem funcionar

Os softwares atuarão como plataformas onde os provedores de serviços e outras organizações que oferecem serviços baseados em arquitetura digital, podem anunciar r prover seus produtos e serviços. Os provedores também podem usá-los para modelar e estruturar componentes de negócios de forma mais adequadas.

Existem cinco elementos principais nos componentes da Arquitetura Digital e eles incluem:

  • Notificação e relatórios;
  • Funções core do negócio;
  • Funções dependentes do negócio;
  • Gestão e operadores;
  • Requisitos e segurança.

Existem dois modos que podem ser usados para operar mercados de software:

1) Como um mercado comercial aberto que ofereça suporte à distribuição de componentes comerciais e de código aberto para provedores de serviços em todo o mundo.

2) Como mercados fechados onde um grupo de provedores e parceiros podem distribuir componentes de software comuns.

Esses mercados poderão apoiar a colaboração e a competição saudável entre os participantes e terão as seguintes categorias de componentes:

  • Aplicações para TI e telecomunicações;
  • Aplicativos diversos;
  • Ferramentas para a cadeia do ecossistema.

1. Aplicações para TI e Telco

Microsserviços e tecnologias como RPA e IA desempenharão um papel fundamental nas aplicações de conhecimento. Eles darão suporte à customização e diferenciação necessárias para determinar a propriedade dos aplicativos e identificar os novos serviços dos provedores.

Com o lançamento do 5G, os mercados de software estarão acessíveis a desenvolvedores, incluindo startups que podem criar aplicativos de nicho.

2. Aplicativos diversos

Há muito valor nos aplicativos para CSPs. Os provedores de serviços têm a oportunidade de criar aplicativos de forma independente ou com parceiros. Os componentes que substituirão o BSS/OSS serão desenvolvidos por fornecedores de nível 1 e 2.

3. Ferramentas do Ecossistema

Ambientes de produção e transação, como teste/interoperabilidade e ferramentas Canvas, que são construídas com ferramentas relacionadas a padrões predefinidos, estarão neste ecossistema. Ele também terá muitas opções de código aberto.

Implicações aos fornecedores

Existem muitos desafios no mercado de software de telecomunicações. Isso é ainda agravado por muitas barreiras de entrada que reduzem a capacidade de inovar. Quando surgem inovações, elas são adotadas primeiro em outros mercados, pois o risco é alto.

O mercado está insalubre para todos os provedores de serviços e há pouco espaço para aproveitar as oportunidades emergentes. A Arquitetura Digital Aberta (ODA) ajuda a oferecer uma nova perspectiva, pois reduz o risco de integração e custos do fornecedor.  Isso lhes permite inovar e testar novos modelos de negócios.

Outros Mercados também surgirão, fornecendo aos CSPs fluxos adicionais de receita. Embora haja um risco significativo, ele será compensado pelo aumento das oportunidades. No entanto, tudo isso depende da capacidade do setor de telecomunicações de fazer a transição para a ODA rapidamente.

O Open Digital Framework e softwares de telecomunicações

Os sistemas monolíticos altamente personalizados levam muito tempo para serem adquiridos, são caros para implementar e não podem ser reutilizados. A moderna arquitetura baseada em software que os substituirá facilita a descoberta e aquisição, mesmo de vários fornecedores.

À medida que os custos e os riscos diminuírem, os provedores de serviços de comunicação terão mais recursos para investir em tecnologia e software. Isso levará a uma maior diferenciação entre os negócios dos CPSs e abrirá novos canais para alcançar o mercado global.

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