O que é a Internet dos corpos?

Este artigo foi escrito originalmente para a Forbs, por Bernard Marr.

Você já ouviu o termo Internet of Bodies (IoB)?  Isso pode evocar alguns pensamentos que nada têm a ver com a verdadeira natureza do termo, mas se trata de usar o corpo humano como uma plataforma de dados. No início, o conceito parece bastante assustador, mas depois de entender um poço mais sobre as possibilidades que ele cria, pode-se tirar conclusões mais assertivas. Procurei aqui, explorar o que é a Internet dos Corpos, dar alguns exemplos em uso hoje e alguns dos desafios que ela apresenta.

O que é a Internet dos Corpos (IoB)?

Quando a Internet das Coisas (IoT) se conecta ao seu corpo, o resultado é a Internet dos Corpos (IoB). A Internet dos Corpos (IoB) é uma extensão da IoT e basicamente conecta o corpo humano a uma rede por meio de dispositivos que são ingeridos, implantados ou conectados ao corpo de alguma forma. Uma vez conectado, os dados podem ser trocados e o corpo e o dispositivo podem ser monitorados e controlados remotamente.

Existem três gerações de Internet of Bodies:

· Dispositivos Externo: são dispositivos vestíveis, como Apple Watches ou Fitbits, que podem monitorar nossa saúde.

· Dispositivos Internos: incluem marcapassos, implantes cocleares e pílulas digitais que entram em nosso corpo para monitorar ou controlar vários aspectos de nossa saúde.

· Dispositivos incorporados: A terceira geração da Internet dos Corpos é uma tecnologia incorporada em que a tecnologia e o corpo humano se fundem e têm uma conexão em tempo real com uma máquina remota.

O progresso em conectividade sem fio, o desenvolvimento de novos materiais e inovação tecnológica estão permitindo que dispositivos médicos implantáveis (IMD) aumentem e sejam viáveis em muitas aplicações.

Exemplos de Dispositivos da Internet dos Corpos em Uso ou Desenvolvimento

O exemplo mais conhecido de Internet of Bodies é um desfibrilador ou marca-passo, um pequeno dispositivo colocado no abdômen ou no peito para ajudar pacientes com problemas cardíacos a controlar ritmos cardíacos anormais com impulsos elétricos. Em 2013, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney teve seu desfibrilador conectado por WiFi substituído por um sem capacidade WiFi. Temia-se que ele pudesse ser assassinado por choque elétrico se um agente desonesto hackeasse o dispositivo.

Uma “pílula inteligente” é outro dispositivo IoB. Essas pílulas têm sensores eletrônicos comestíveis e chips de computador. Uma vez ingeridas, essas pílulas digitais podem coletar dados de nossos órgãos e enviá-los a um dispositivo remoto conectado à internet. A primeira pílula de quimioterapia digital está agora em uso, combinando drogas de quimioterapia com um sensor que captura, registra e compartilha informações com profissionais de saúde (com o consentimento do paciente) sobre a dosagem e o tempo do medicamento, além de outros dados sobre repouso e atividade, frequência cardíaca e outros.

Estão sendo desenvolvidas “lentes de contato inteligentes” que integram sensores e chips que podem monitorar diagnósticos de saúde com base em informações do olho e do fluido ocular. Uma lente de contato inteligente, ainda em desenvolvimento, visa monitorar os níveis de glicose que, permitirão aos diabéticos monitorar seus níveis de glicose sem picadas repetidas ao longo do dia.

Passando a um outro nível, teremos a Interface de Computador do Cérebro (BCI), onde o cérebro de uma pessoa é realmente fundido com um dispositivo externo que monitora e controla o cérebro em tempo real. O objetivo é ajudar a restaurar a função de indivíduos com deficiências, usando sinais cerebrais em vez de vias neuromusculares convencionais.

Mas nem todos os casos de uso de Internet dos Corpos são por motivos de saúde. A Empresa de bioengenharia, Biohax incorporou chips em mais de 4.000 pessoas, por mera conveniência. Em um exemplo, 50 funcionários da Three Square Market concordaram em implantar um microchip RFID do tamanho de um grande grão de arroz (semelhante ao que é embutido em animais de estimação para ser capaz de identificá-los e localizá-los quando eles são perdidos). Esse chip permite que esses funcionários tenham acesso ao prédio sem uma chave, paguem pelos itens com um aceno de mão na máquina de venda automática, deduzindo o valor imediatamente de sua conta, em vez de usar dinheiro e entrar em seus computadores.

Desafios enfrentados pela tecnologia da Internet dos corpos

A situação do vice-presidente dos Estados Unidos, Cheney, obtendo um desfibrilador não conectado a WiFi por razões de segurança ilustra um dos maiores desafios enfrentados pela tecnologia da Internet dos Corpos – como proteger os dispositivos e as informações que eles coletam e transmitem. Quase meio milhão de marcapassos foram retirados em 2017 pela Food and Drug Administration dos EUA por questões de segurança, pois os dispositivos exigiam uma atualização de firmware. Os desafios de segurança enfrentados pela tecnologia da Internet dos Corpos são semelhantes aos que infestam a Internet das Coisas, mas no caso dos IoBs, pode haver consequências de vida ou morte, por isso seu maior desafio é a sua segurança. Eles precisam ser a prova de hackers.

A privacidade também é uma preocupação primordial da IoB. Perguntas sobre quem pode acessar os dados e com que finalidade, ainda precisam de respostas. Por exemplo, um dispositivo que monitora diagnósticos de saúde também pode rastrear comportamentos não saudáveis. As seguradoras de saúde poderão negar cobertura quando o dispositivo IoB de um cliente relatar seu comportamento? Um implante coclear pode restaurar a audição, mas também pode gravar todo o áudio no ambiente de uma pessoa. Esses dados permanecerão privados?

Para saber mais, Veja este outro artigo.

Minha opinião é de que os seres humanos, nas próximas 3 décadas, passarão por mudanças radicais. Uma soma de seres biológicos com seres mecatrônicos.

O domínio da tecnologia permitirá realidades muito distintas das que temos hoje.

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